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Anos 90
À entrada da década de 90, os blockbusters continuavam a dominar Hollywood, mas os seus custos eram cada vez maiores e incomportáveis. Filmes com orçamentos de $100 e $200 milhões de dólares tornaram-se comuns devido aos custos dos efeitos especiais, mas principalmente devido aos salários das estrelas, que podiam atingir os $20 milhões de dólares por filme. Com estes custos grande parte das produções estavam condenadas a perder dinheiro, mas o sucesso de filmes como Exterminador Implacável 2, Parque Jurássico, Forrest Gump e, principalmente, Titanic, desafiavam a lógica e sustentavam a economia de Hollywood.
À medida que os blockbusters cresciam em espectáculo e em custos surgiam no mercado filmes de menor orçamento, mas de maior qualidade e que aos poucos começaram a ganhar o seu espaço. Este “movimento” soube tirar proveito do mercado, explorando de uma forma extremamente eficaz os diversos canais de distribuição de filmes.
Hollywood viu-se, então, confrontada com uma nova realidade, que teve o seu ponto alto no final da década quando a produtora independente Miramax dominou quase por completo o Óscar.
Por detrás das câmaras, Hollywood também estava em transformação: a Disney tornou-se numa das mais poderosas empresas cinematográficas; a Orion Pictures, fundada em 1978, foi à falência em 1991 e três anos mais tarde o realizador Steven Spielberg, o ex-executivo da Disney Jeffrey Katzenberg e o magnata da música David Geffen formaram o primeiro estúdio de Hollywood em décadas, a Dreamworks SKG. Mas a transformação mais significativa dá-se a nível técnico, com o formato digital a abrir novas possibilidades, quer em nível de realização e montagem dos filmes, quer na distribuição destes de forma barata.
Num mundo cada vez mais global e ajudado pelo movimento dos independentes nos Estados Unidos, diversas cinematografias nacionais começaram a ganhar o seu espaço: os filmes de Hong Kong, onde se destacam os protagonizados por Jackie Chan e Chow Yun-Fat, ganham cada vez maior aceitação no ocidente; Jane Campion e Peter Jackson dão uma nova força à cinematografia da Nova-Zelândia; Regresso a Howards End, Jogo de Lágrimas, entre outros reforçam a imagem de qualidade da Grã-Bertanha; na Dinamarca surge o único movimento cinematográfico da década (Dogma 95) e a Itália consegue a honra de ter dois filmes candidatos ao Óscar de melhor filme.